quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

De volta


É janeiro, o mês que remete à mudança e àquela doce vontade de recomeçar. O mês das promessas e da esperança, e não é de hoje que as coisas não são mais como antes. Não é de hoje que tenho a sensação de que o controle escorreu pelas mãos e que caminhos escolhidos pela impulsividade levam à decepção. O cheiro, as paredes, os livros as músicas e até mesmo o paladar: tudo mudou, ficando cinza como o céu em dia de trovoada. Os pés anseiam por outros caminhos, mas o coração gosta da sensação de manter-se batendo no mesmo lugar, aconchegado na lamentação de viver de olhos fechados para o que o mundo grita em mostrar. “Você não era assim!”, a voz em minha cabeça me alerta da escolha que o coração quer tomar; então respiro, levanto e recomeço, pois ficar aqui sentado não vai mandar embora lembranças que machucam. E tudo se vai, restando apenas memórias do tempo em que beijos doces e a sinceridade ainda faziam parte do cenário.