terça-feira, 16 de setembro de 2008

Os meus doces venenos.

Existe uma prece do lado de dentro da garganta que precisa explodir. Precisa de voz grave e recepção dos ouvidos de alguém que tenha paciência pra escutar. O príncipe encantado é o culpado de tudo isso. Ninguém o mandou virar sapo quando eu mais precisava de um beijo e da experiência de amar alguém de verdade. Ninguém o mandou caçar as moscas enquanto eu estava disponível, a flor da pele.
A prece insiste em calar, insiste em me deixar com essa dor no peito e o nó na garganta, insiste em me fazer refém. Preciso de um grito constante, um berro ensurdecedor para matar a todos com meu ódio entalado. Ódio de quê? De quem?
Não sei. Apenas um sentimento a mais para fazer com que eu seja ainda mais confusa aos olhos alheios.
Fiquei parada no breu da noite, iluminada apenas por um feche de luz que passava pela janela meio aberta da casa a frente da calçada em que eu estava sentada. Calçada de terra e ninguém na rua. Fiquei a esperar alguém com bons ouvidos que jamais apareceria àquela hora da madrugada, para aliviar a dor de ser tão só.
Ao invés de me aproximar de alguém, preferia culpar as pessoas por eu ser tão sozinha. Preferia descarregar toda a minha injustiça no amor que as pessoas sentiam pela vida.
Talvez eu morra entalada de ódio.
A prece foi pro coração e o envenenou.

2 comentários:

Opiate disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Opiate disse...

Adoro qdo seus escritos falam de solidão, amor, confusão....bem legal o blog, espero q sempre tenha novos posts místicos por aqui...bjokas :^D