quarta-feira, 29 de outubro de 2008

duas poesias e um poeta torto

Doce prisão

Adoça a vida, menina!
Coloca uma pastilha de menta na boca,
E canta pra todo mundo ouvir.
Quem dera se os sonhos fossem doces,
Quem dera se os dias não anoitecessem.
O dia acordou quente
O dia acordou raiando nos meus olhos,
Enquanto eu tentava dormir.
Adoça a vida!
Pula e grita
Pinta-se na cor do amor
E esbanja esse sorriso indeciso
De menina que não quer crescer.






Vontade de poesia
Queria ser poeta.
Num castelo em que a porta não se abre.
Encastelar-me em letras, em paixão
No último andar,
No sótão
Presa dentro de um copo de café
Quem sabe o perigo?
O perigo maior sou eu
Sozinha,
Cheia de objetos pontiagudos por perto
Será que eu consigo fugir?
Será que eu mereço escapar?
E eu escrevo pro tempo passar
Eu escrevo,
Até o príncipe encantado me salvar
E virar sapo
E eu virar trapo
Depois da meia noite.





P.S. - A foto é de Day Medeiros - (http://www.flickr.com/photos/daymedeiros). Postarei algumas fotos dela aqui.

Manda muito bem!

2 comentários:

Anônimo disse...

Cadê o poeta torto?

m disse...
Este comentário foi removido pelo autor.