segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Falando sobre Patti Smith

O que falar de uma mulher que apesar da fama nos 70’s, continua sendo uma das mulheres mais influentes (ela é inspiradora para musas desde Madonna até Courtney Love) e enigmáticas no mundo do rock?
Eu tinha 16 anos e estava na época “rebelde-sem-causa” da minha vida. Freqüentava baladas de rock e todos os shows da banda Ludovic. Adorava a retórica do vocalista, Jair e cantava loucamente as músicas junto a ele quando ele colocava o microfone na minha cara em alguns shows. Como toda boa fã, eu acompanhava as últimas informações da banda, até mesmo para saber em
qual próximo show eu garantiria meu ingresso. Até, que em uma sexta-feira, enquanto eu me arrumava para mais um show dos caras (desta vez na Funhouse), eu entrei no fotolog da banda para ler mais um dos textos do Jair Naves. No post, ele contava sobre um episódio na sala de sua casa, com sua mulher, escutando a faixa “Redondo Beach” de Patti Smith. A forma como ele descreveu o som e a maneira como Patti descrevia e declamava as palavras me deixou curiosa a ponto de no dia seguinte eu sair em busca do disco que levava aquela música no conteúdo. Assim, aos 16, fui apresentada a “Horses”, de 1975, primeiro disco do “Patti Smith Group”.
Desde então, o álbum foi trilha sonora dos meus 16 anos, fazendo com que eu acreditasse que não existia perfeição maior do que aqueles acordes de guitarra quebrados e aquela voz única. Eu lembro que colocava o CD pra tocar no REPEAT, até enjoar da dose diária de músicas como “Free Money” e “Kimberly”. “Redondo Beach” era para as viagens e “Horses” era a faixa que eu escutava religiosamente para fechar os olhos e dançar no meu quarto.
Eu fui surpreendida por uma mulher que fazia com que eu liberasse diversas sensações ao escutar suas músicas em uma época onde só Jim Morrison e os Doors tinham o poder de fazer isso comigo. Ela era poderosa, e eu fui perceber isso ainda mais, quando vi seus vídeos ao vivo.
Patricia Lee Smith subia no palco pra acabar com tudo, como um furacão: gritava no meio das músicas, contava histórias e pulava como se estivesse na sala de sua casa, como se ninguém estivesse assistindo. Aquilo fazia meus olhos brilharem mais ainda. “Isso é rock n’ roll”, pensava eu.
Segundo a própria, foi após ver um show dos Rolling Stones no Madison Square Garden, que pensou na possibilidade de unir as poesias que ela compunha ao rock. A idéia foi se concretizando e ao lado de Lenny Kaye – seu guitarrista e mentor musical – saiu em busca de músicos. Em novembro de 73, Patti e Lenny se apresentaram no “Rock n’ Rimbaud” no Le Jardin, em Nova York, junto com o pianista Richard Sohl, que ela conheceu pelo Danny Fields (executivo da gravadora e que tinha como missão principal buscar novos grupos). Assim, o trio começou a ensaiar regularmente e conseguiram unir a poesia de Patti com tons jazzísticos.
Seu último disco foi Twelve, de 2007, onde ela retoma a psicodelia dos 60’s, com covers de Jimmi Hendrix, Neil Young (ela interpreta fielmente ‘Helpless’), entre outros.
Patti fez um show em Curitiba, ano passado, que infelizmente eu não consegui comparecer. Esse é um show que me arrependo – e muito! – de não ter feito de tudo para ir. Com certeza ela abriria a minha caixinha de memórias e aguçaria meus sentidos de menina de dezesseis anos que acaba de descobrir o encanto da boa música.

Discografia de Patti Smith:


Horses (1975)
Radio Ethiopia (1976)
Easter (1978)
Wave (1979)
Dream of Life (1988)
Gone Again (1996)
The Patti Smith Masters: The CollectivePeace and Noise (1997)
Gung Ho (2000)
Land 1975-2002 (2002)
Trampin’ (2004)
Twelve (2007)

Um comentário:

Mahaaka - Aum Budhaia Namarrá disse...

adoro neil young! vou ouvir patti smith...

busyyyyy rs