sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Hein?!

Depois da dor de cabeça, veio o copo d’água. Depois do copo d’água, veio o Dorflex. Depois do Dorflex, veio o alívio. E como se já não bastasse todo esse processo para chegar ao alívio, depois ainda veio um barulho de martelo batendo n’alguma parede vizinha. Deitei, fechei os olhos – dessa vez com o travesseiro contra a minha cabeça – tentando me concentrar ou pensar que se tratava de algum tipo de brincadeira; torcendo, rezando pr’aquilo tudo passar de uma vez. O barulho continuava, freneticamente. Uma batida após a outra. Um, dois, um dois, um dois. Pá, pá, pá, pá. Ta, ta, ta, ta. Tum, tum, tum, tum. “Pára, pelo amor de Deus”, eu implorava em silêncio. Apertei os olhos, ainda com o travesseiro apertando minha cabeça que implorava por ar e rezei, meditei, fui até o céu em busca de algum Deus para pedir ajuda.O barulho parou. Graças aos céus. E o alívio voltou, desceu até a Terra, me buscando.Abri os olhos para verificar se não tinha risco algum de aquele barulho dos infernos voltar. Parecia que estava tudo bem. Voltei à minha típica posição de pegar no sono rápido e estava esperançosa em mais uma noite de descanso, já que eu adoro dormir. A partir desse momento comecei a acreditar no ditado que diz que “tudo pode piorar”. Pois é, não consegui dormir. Não conseguia dormir, caros amigos! Já estava puta da vida com a dor de cabeça, depois com o barulho do martelo e finalmente mais puta ainda por não conseguir dormir.Olhei para o teto. Comecei a contar carneirinhos. Não funcionou. Comecei então, a inventar algumas historinhas (alguns amigos me disseram que isso funciona); porém, caros amigos, não funcionou. “ Será que se eu tomar mais um Dorflex, eu durmo?”, pensei. “Não, tenho medo de tomar remédios em excesso”, afirmei em voz alta. Já estava tão lesada de sono, que comecei a falar sozinha, ou pensar alto. O pior, é que eu estava morta de sono e cansaço, mas não conseguia dormir. Sempre pensei que dormir fosse fácil, como algo do tipo “só deitar na cama, encontrar uma posição confortável e pronto”. Pela primeira vez eu peguei-me nessa situação. Mas vamos lá, eu não desisti.Tomei uma xícara de chá. “ E se eu tomar mais quatro xícaras?” Tomei mais quatro. Cinco xícaras de chá e eu fui me arrastando até a cama. Batata! Dormi feito um anjo.Até aí tudo bem. O mais estranho é que meu sono foi tão bom, mas tão realizado, que eu sonhei.Ta, tudo bem, sonhei, e daí?O que acontece, é que eu sonhei que eu estava dando à luz. Eu! Dando à luz e eram gêmeos. Gêmeos e ruivos. Mas, ruivos mesmo, daqueles branquelos e cheios de sardinhas espalhadas pelo rostinho. Tinham olhos claros e eram tão pequenos que pareciam dois ETEzinhos buscando pelos meus dedos de mãe.Eu, mãe! Imaginem.O mais estranho é que eu dava à luz em uma maternidade inteira cor-de-rosa, mas era TÃO cor-de-rosa que doíam os olhos. A mesa de parto era tão macia que parecia que eu estava deitada em algo extremamente doce, como um gigantesco marshmellow.A última coisa que eu me lembro, no sonho, é de um cara alto, de cabelos negros, batendo com um martelo roxo e verde na parede do quarto.

Um comentário:

skjik jkshsh disse...

hein?!hein?!hein?!hein?!hein?!hein?!hein?!hein?!hein?!hein?!