segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Reveillon do horizonte.


Meu caro amigo,
Já é escuro e as ondas quebram em minhas pernas.
Eu olho para o horizonte,
Tento encontrar o meu sentido naquela imensidão,
Vejo que meu desejo é distante,
Volto à atenção aos meus pés que pulam as sete ondas
E sete lágrimas caem, deixando minha boca salgada
Assim como a água do mar.
Meu vestido branco está com a barra suja de areia
E minhas mãos soltam as flores brancas de Iemanjá.
Meus olhos piscam conforme as explosões acontecem no céu
Meu peito pulsa de emoção
Minha pele arrepia,
Minha boca ainda está gelada.
Todos se abraçam desejando a felicidade do ano seguinte
E meus braços buscam alguém pra abraçar também
Então eu volto a ser verdadeira
E enxergo a realidade onde meu mundo é só meu
Sem amores e emoções.
Volto pro apartamento vazio e abro a garrafa de sidra,
Olho para o meu gato e começo a me embriagar.
Queria tanto que estivesses aqui, amigo
Para embriagar-te na minha solidão.
Para mostrar-te que a vida ainda está amedrontada
Com os meus dias que não encontram as soluções
Que prendem o soluço do choro
O choro que lhe aguarda.

E a janela se fecha junto com a Lua e as estrelas que antes iluminavam meu quarto escuro.

2 comentários:

Gata Lili disse...

miaaauuu...

Mahaaka - Aum Budhaia Namarrá disse...

na minha terra é sempre reveillon, mas espero poder conter o choro, e preencher as noites vazias pras lágrimas salgadas não secarem sua boca...

vou tentar abrir a janela mais uma vez........


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